quinta-feira, 25 de março de 2010

A historiografia da Guerra do Paraguai

Por Felipe Castanho
Acredito que Doratioto retira o véu que criava uma imagem “onipotente” de Solano Lópes e de um conjuntura pré-guerra extremamente favoravél ao Paraguai, mas isto somente e possível através de um forte embasamento documental. Como uma carta do representante britânico Edward Thornton ao chanceler paraguaio José Berges, em que deixava explícito que apesar das relações britânicas com o Brasil não irem bem, se posicionava com uma postura reconciliadora entre as duas nações afim de evitar uma guerra entre estes, escrevendo que “se puder servir, no mínimo que seja, para contribuir para a reconciliação dos dois países, espero que V.E não hesite em me utilizar” (Doratioto, Maldita Guerra, página 90).
O autor consegue dar uma legitimidade maior ao seu trabalho ao explicar o porque da historiografia ter seguido durante muito tempo um visão equivocada do que foi o personagem de Solano Lópes, assim como de uma conjuntura política e bélica totalmente errônea. A princípio Doratioto afirma que ditadores paraguaios modificaram a imagem moral de Solano para poderem dar uma consistência maior a seus governos nada democráticos. E enquanto isto no Brasil os intelectuais do positivismo no início do século XX, um movimento que era contra a monarquia diga-se de passagem, se empenhavam em escrever que o Brasil Monárquico e a Argentina eram extremamente dependentes da Inglaterra Imperialista, ocasionando o conflito na região do Prata, pois segundo os positivistas a “República” do Paraguai já competia tecnologicamente, políticamente e comercialmente com a Inglaterra. E como à “História e fruto de seu tempo” tivemos esta historiografia influenciada por intelectuais anti regimes monarquistas.
Fonte biblíográfica: DORATIOTO,Francisco, Maldita Guerra
Felipe Castanho é estudante das Faculdades Integradas Simonsen

3 comentários:

  1. Diogo e Felipe. Fico muito contente em poder presenciar que a Faculdade Simonsen, em pouco tempo, será reconhecida como formadora de uma elite intelectual,pois representantes desse gabarito só fazem elevar o nome da instituicão.
    Esse é o caminho.
    Um grande abç

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  2. Que assim seja Maurício....temos que nos dedicar muito para isso...e com certeza conseguiremos !!!

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  3. parabéns Felipe....é hora de falar a verdade sobre a guerra do Paraguai !!! chega de "chiavenatismo" ...continue escrevendo e comprometido com a história, não apenas com especulações a respeito dos fatos.

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